ASSIM COMO NOÉ, DEUCALIÃO

Deucalião e Pirra - Giovanni Maria Bottalla (1635) - Museu Nacional de Belas Artes - RJ

O mito do dilúvio, difundido entre os cristãos com a história de Noé e sua arca, está presente em diversas culturas e na mitologia grega não foi diferente. Em determinado momento, Zeus estava desapontado com o ódio instaurado entre os homens e passou a achar que eles eram o maior erro cometido pelos deuses. Foi então que decidiu exterminar a raça humana e criar uma nova, mais digna. Zeus decidiu inundar a terra. O titã Prometeu, ao saber dos planos de Zeus, orientou seu filho, Deucalião, a construir uma arca e assim sobreviver à tragédia anunciada, juntamente com sua esposa Pirra, filha de Pandora, a primeira mulher a ser criada. Ventos de norte a sul cobriram a Terra e uma tempestade sem precedentes se iniciou. Zeus, não satisfeito, ordenou a Poseidon que fizesse o mar avançar sobre todas as terras. Homens, rebanhos, vilarejos, templos, tudo foi tragado pelas águas. De todas as montanhas, somente o Monte Parmaso permaneceu acima das águas e foi lá que a arca de Deucalião aportou. Restando apenas os dois, o mais poderoso entre os deuses ordenou que a tempestade cessasse e que as águas retornassem. Já em segurança, nas ruínas de um templo, pediram aconselhamento aos deuses sobre o que fazer diante de tal tragédia. O oráculo respondeu: “Saiam do templo com a cabeça coberta e as vestes desatadas e atirai para trás os ossos de vossa mãe”. Pirra ficou confusa, porém, Deucalião chegou à conclusão de que se a Terra era a mãe de todos, as pedras seriam seus ossos. Saíram do templo conforme determinado, apanharam pedras e atiraram-nas para trás por sobre os ombros. As pedras amoleceram e tomaram formas humanas. As que foram atiradas pelo homem, em homem se transformaram e viraram mulheres as atiradas pela mulher, repovoando o mundo.

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